sexta-feira, 26 de março de 2010

forever and always

Ela era mimada, ele não poderia ser mais independente. Ela não saía da frente do computador, ele nunca perdia um futebol. Ela se preocupava com a aparência, ele ficava satisfeito com um sorriso bonito. Ela nem sonhava em amar tão cedo, tampouco ele, entretanto por razões diferentes. Mas eis que eram amigos, e há muito não se via amizade como a deles. Baseada na sinceridade, sentimento pura e simplesmente fraternal, e embora tantas pessoas desaprovassem, sabiam que faziam bem um ao outro. Em um dia como outro qualquer, um beijo acontece e surpreende os dois. Não se sabe ao certo o que os levaram a fazer aquilo, já que eles sabiam as consequências que isso poderia trazer. Ficaram assustados, talvez até arrependidos em algum momento, mas havia uma atração entre eles que fazia com que essa consciência fosse ignorada. Os beijos se tornaram frequentes, mas a amizade permaneceu intocada; não se sabia qual era o sentimento, ou se havia algum, que mantinha tudo aquilo. Depois de alguns meses, em um dia que qualquer um dos dois poderia descrever com detalhes, algo estava diferente. Os beijos não pareciam mais só diversão e as trocas de olhares transmitiam algo bem mais intenso. Pouco tempo depois, uma determinada conversa tendia a mudar todo o rumo da história, mas percebeu-se que o motivo era apenas um mal-entendido; ela pode dirigir uma cena teatral desse momento, tão bem se lembra dele. Mais alguns dias depois, um pedido faz essa história ter um previsível final feliz: "quer namorar comigo?". E então o destino dos dois parecia ter sido traçado exatamente para viver aquilo, parecia que desde sempre sabia-se que a linha do destino dos dois se uniria a partir dali. Não sei se "para sempre" de fato mas, até hoje, "para sempre" ainda parece muito pouco para eles.

quarta-feira, 24 de março de 2010

away from here

Fugi de casa. Não fui longe, apenas preciso respirar. Sentir um ar novo, fugir dos problemas. Não é covardia, é só cansaço. Eu simplesmente cansei. Não consigo suportar essa "indiferença". Um erro tem a capacidade de anular semanas de dedicação, eles valem mais que 10 acertos. Isso é injusto! E é por isso que fui embora. Nunca consegui enfrentá-los, não creio que agora, depois de tantos anos, vá conseguir. Tal confronto requer coragem, e confesso, isso não tenho, não para isso. Porque sei que as verdades doem, elas machucam à mim quando me são ditas. Não é justo machucar vocês, apesar de tantas feridas (algumas cicatrizadas, outras não). Eu sempre procurei entendê-los, sempre tentei me adaptar ao caminho de vocês, aquele que vocês chamaram "caminho certo". Mas vocês nem sequer pararam para saber se eu tinha a mesma opinião que vocês! Se eu julgava da mesma forma que vocês o que era, ou não, o caminho certo. Pois, fiquem sabendo agora, o meu caminho certo é paralelo àquele ditado por vocês, nem sequer um ponto de interseção. Vocês nem ao menos me conhecem! Não sabem coisas simples, tão básicas para se conhecer alguém. E tudo isso sem falar dos sonhos. Sonhos os quais vocês não acreditam, caçoam e não me ajudam a realizar. Auda a qual seria impossível, pois vocês nunca pararam para prestar atenção num sonho meu. Guardo muita mágoa dentro de mim, ainda assim, muita gratidão também. E e só.